quarta-feira, 13 de maio de 2009

"LENDO E APRENDENDO" (Nosso objetivo é levar até você, um pouco mais de conhecimento e assim, enriquecer o nosso conteúdo capoeirístico).

*Amassa Baú: s.m. Movimento desequilibrante semelhante à rasteira. (Góes, 2005)

*Camboatá: s.m. Peixe

*Camboatá, Maria do: s.f. Capoeirista baiana, retratada na cantiga abaixo e que, segundo Pires (2004), ficou famosa nas rodas de capoeira e com certeza era mais uma mulher que enfrentou a moral social da época e esteve presente na prática cultural da capoeira, tornando-se lendária e imortalizada na tradição.
"Dona Maria do camboatá, ela chega na venda ela manda botá"...

*Canjerê: s.m. Reunião de escravos para cerimônias ocultas. (Burguês, 1987)

*Caxinguelê: s.m. Grupo de crianças que iam à frente das maltas provocar os adversários. (Oliveira, 1971)

*Chulipa: s.f. Golpe traumatizante em que o capoeirista chuta primeiro o calcanhar do oponente e em seguida aplica o martelo
"Xulipa: É dada com a palma. Antigamente para reconhecer se o inimigo era entendido no jogo, usava-se uma estratagema interessante: depois de ligeira ginga, levava-se rápido, um pé a corpo, para desviar o golpe do pé, punha naturalmente o rosto para frente, expondo-o a uma xulipa reveladora. O capoeira que sabia deitar-se e levantar-se ligeiro, merecia respeito." (Burlamaqui, 1928)

*Dentinho de Angola: s.m. Golpe assim descrito por Mestre Waldemar, citado por Abreu (2003): "É curvar o corpo e levar o salto do sapato ao gogó do adversário".

*Dourado: s.m. Golpe assim descrito por Zuma: "Tranca-se a nossa perna (direita ou esquerda) na do indivíduo que se vai dar este golpe e descaindo-se o corpo para trás, até encostar as mãos no chão e com a máxima ligeireza possível, faz-se com que o adversário execute um semi-círculo no espaço, caindo horrivelmente para nossa retaguarda." (Burlamaqui, 1928)

*Domingueira: s.f. Roupa utilizada para ir à igreja aos domingos e as festas do Largo, na Bahia. "Os bons mestres jogam com roupa branca, passam a uma distância assim da terra vermelha das rodas, viram no ar sobre um braço só, passam um por dentro do outro numa maranha incrível de braços e pernas e quando terminam de brincar, não há uma só mancha na alvura do terno domingueiro". (Carybé, 1955)

*Esquenta banho: s.m. Jogo sem berimbau criado por Mestre Bimba em que, ao final do treino, antes de ir para o banho, o capoeirista podia escolher um adversário para lutar. (Capoeira, 1998)
"Esquentar o banho consistia na participação de um vale-tudo intenso, o uso da capoeiragem como defesa pessoal de fato, uma briga de rua acalorada e sem muitas regras. Era também a oportunidade de se enfrentar mais de um oponente ao mesmo tempo, exercício que denominávamos bumba-meu boi.
Entre as regras extra-oficiais que reinavam na academia, havia uma específica para os agarramentos durante o esquenta -banho: o aluno mais velho que "pedisse penico" ao mais novo, ou seja, aquele que desse três pancadinhas no chão pedindo para estancar o sufoco, era obrigado a pagar três cervejas na saída. Assim como a grande maioria dos colegas nunca pedi penico, mas fui nocauteado várias vezes. O Mestre dizia: "Que cê tá fazendo dormindo no chão frio, meu fio?". (Acordeon, 1999)

*Guarda Negra: s.f. Milícia de capoeiristas que tinha como objetivo explícito combater a campanha contra a monarquia, que se espraiava pelo país, após o 13 de maio de 1890, vindo a se tornar célebre por seus ataques violentos aos republicanos. (Andréa Ferreira, 2003)
"Organização de negros libertos criados no Rio de Janeiro, em setembro de 1888. Frequentemente envolvido em conflitos, o grupo era visto por seus adversários republicanos como um bando de capangas a serviço da monarquia. Para seus simpatizantes, era uma facção política como outra qualquer, simbolizando em suas ações a gratidão dos ex-escravos à Princesa Isabel. Em 1889, André Rebouças recomendava ao líder da organização, Manuel Pinto Peixoto, evitar a violência, constituir sociedades e clubes para a educação, instrução e aperfeiçoamento da raça negra". (Lopes, 2004)

*Gargalheira: s.f. Espécie de coleira usada no tempo da escravidão que impedia os movimentos de cabeça do escravo. (Santos, 1993)

*Kalunga: s.m. Povo remanescente de antigo quilombo iniciado em 1750 no nordeste do estado de Goiás. (Lopes, 2004)
"A região dos Kalungas é formada por vários núcleos principais que são: Contenda, Kalunga, Vão das Almas, Vão do Moleque e Ribeirão dos Bois. Estes núcleos, por sua vez, se subdividem em muitos outros agrupamentos, escondidos entre os vãos das serras." (Wolney, 2004)

*Matula: s.f.Cama de escravo. (Burguês, 1987)

*Três Pancadas: s.m. Um dos apelidos de Mestre Bimba, em referência ao seu extraordinário desempenho técnico na capoeira.
"...pois não precisava mais de três golpes para vencer qualquer adversário, capoeirista ou não." (Lacé Lopes, 2002)


Por Mestre Ricardo


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